Este doce brasileiro (sim, ele é brasileiro!), é feito a base de ovos, mas preferencialmente só com as gemas, manteiga ou margarina e coco ralado.
Existe uma discussão, uns defendendo que é um doce português, outros dizem que é africano, mas na verdade ele foi criado aqui no Brasil.
É uma adaptação, uma variação de um doce português conhecido por “Brisa-do-Lis”, originário da região de Leiria.
É uma variação, pois o original leva amêndoas no lugar do coco, que foi inserido pelas escravas que trabalhavam nas cozinhas do nordeste daqui do Brasil, justamente pela falta das amêndoas e da abundância de coco.
O quindim entra na categoria dos “doces conventuais”.
Mas o que são doces conventuais?
São doces feitos nos conventos de Portugal. Desde séculos atrás, quando as freiras utilizavam-se das claras dos ovos para engomar seus trajes, sendo assim, tinham sempre a sobra de muitas gemas. Para aproveitá-las, começaram os experimentos e alquimias na cozinha e as invenções resultaram em deliciosos doces.
Bem, o Brasil foi colonizado pelos portugueses, que obviamente trouxeram suas preferências gastronômicas.
Mas como preparar um Brisa-do-Lis sem amêndoas?
O preço e dificuldade de obter amêndoas era um problema naquela época, e esse ingrediente havia de ser substituído, e foi...pelo coco ralado.
Quando há substituição de um ingrediente tão fundamental na receita, existe a necessidade de mudar o nome também, porque obviamente não é mais o mesmo prato!
O nome QUINDIM veio de um dialeto africano, já que naquela época eram as negras escravas quem cozinhavam (algumas “sinhás” nem sabiam o caminho da cozinha..rs) elas deram ao doce o nome de QUINDIM, que significa ‘dengo’ ou ‘encanto’, pois ele é molinho, cremoso e delicado, apesar de muito doce.
Sendo assim, podemos concluir que o quindim tem base portuguesa, nome africano, mas é bem brasileiro. Aliás, o Brasil sendo famoso pela miscigenação não poderia ser diferente no que diz respeito a culinária.